Ranking
Qual é o teu time favorito?
Real Madrid
Barcelona
Manchester United
Sport Lisboa e Benfica
Sporting
Petro de Luanda
1º de Agosto
Chelsea
Ver Resultados








Total de visitas: 103712

História da economia

História da economia

Pensamento econômico antigo

Dois outros grupos, mais tarde chamados de ' mercantilistas e 'fisiocratas', influenciaram mais diretamente o desenvolvimento subsequente da disciplina. Ambos os grupos estavam associados com a ascensão do nacionalismo econômico e do capitalismo moderno na Europa. O mercantilismo era uma doutrina econômica que floresceu do século XVI ao XVIII através de uma prolífica literatura de panfleto quer de autoria de mercantes ou estadistas. Defendiam a idéia de que a riqueza de uma nação dependia da sua acumulação de ouro e prata. Nação que não tinham acesso à minas poderiam obter ouro e prata através do comércio internacional apenas se vendessem bens ao exterior e restringissem as importações que não fossem de ouro e prata. A doutrina advogava a importação de matérias-primas baratas para serem transformadas em produtos manufaturados destinados à exportação e também o intervencionismo estatal no sentido de impor tarifas protecionistas à importação de produtos manufaturados e a proibição de manufaturas nas colônias.[71][72]

Os fisiocratas, um grupo de pensadores e escritores franceses do século XVIII, desenvolveram a idéia da economia como um fluxo circular. Adam Smith descreveu esse sistema com "todas as suas imperfeições" como "talvez a mais pura aproximação da verdade que já foi publicada" no assunto. Os fisiocratas acreditavam que somente a produção agrícola gerava um claro excedente sobre o custo, de forma que a agricultura constituía a base de toda riqueza. Assim, eles se opunham às políticas mercantilistas de promoção das manufaturas e do comércio em detrimento da agricultura, inclusive tarifas de importação. Advogavam a substituição do complexo e custoso sistema de arrecadação de tributos por um único imposto sobre a renda dos proprietários de terra. Variações sobre tal imposto fundiário foram retomadas por economistas posteriores (inclusive Henry George um século mais tarde) como uma fonte de receita que não distorcia tanto a economia. Como reação ás copiosas regulamentações mercantilistas, os fisiocratas defendiam uma política de laissez-faire, que consistia numa intervenção estatal mínima na economia.[73][74]

 

Economia clássica

Adam Smith, autor da The Wealth of Nations, A Riqueza das Nações em português (1776), geralmente tido como pai da economia moderna.

 

Apesar das discussões sobre produção e distribuição terem uma longa história, a ciência econômica no seu sentido moderno como uma disciplina separada é convencionalmente datada a partir da publicação de A Riqueza das Nações de Adam Smith em 1776.[75] Nesse trabalho, ele descreve a disciplina nesses exatos termos:

Economia política, considerada um ramo da ciência do estadista ou do legislador, propõe dois objetos distintos: primeiro, suprir renda ou produtos em abundância para o povo, ou, mais apropriadamente, possibilitar que provenham tal renda ou provento por si sós; e segundo, suprir o Estado ou Commonwealth com uma renda suficiente para os serviços públicos. Ela se propõe a enriquecer tanto o povo quanto o soberano.[76]

Smith se referia à disciplina como 'economia política', mas esse termo foi gradualmente substituído por ciência econômica (economics) depois de 1870.[77]

A publicação da obra A Riqueza das Nações de Adam Smith em 1776, tem sido descrita como o "efetivo nascimento da economia como uma disciplina separada."[78] O livro identificava o trabalho, a terra e o capital como os três fatores de produção e maiores contribuidores para a riqueza de uma nação. Para Smith, a economia ideal seria um sistema de mercado auto-regulador que automaticamente satisfaria as necessidades econômicas da população. Ele descreveu o mecanismo de mercado como uma "mão invisível" que leva todos os indivíduos, na busca de seus próprios interesses, a produzir o maior benefício para a sociedade como um todo. Smith incorporou algumas das idéias dos fisiocratas, inclusive o laissez-faire, nas suas próprias teorias econômicas, mas rejeitou a idéia de que somente a agricultura era produtiva.

Na sua famosa analogia da mão invisível, Smith argumentou em favor da noção, aparentemente paradoxal de que os mercados competitivos tendem a satisfazer às necessidades sociais mais amplas, apesar de ser guiado por interesses-próprios. A abordagem geral que Smith ajudou a formular foi chamada do economia política e mais tarde de economia clássica e incluiu nomes notáveis como Thomas Malthus, David Ricardo e John Stuart Mill, que escreveram de 1770 a 1870, aproximadamente.[79]

Enquanto Adam Smith enfatizou a produção de renda, David Ricardo na sua distribuição entre proprietários de terras, trabalhadores e capitalistas. Ricardo enxergou um conflito inerente entre proprietários de terras e capitalistas. Ele propôs que o crescimento da população e do capital, ao pressionar um suprimento fixo de terras, eleva os aluguéis e deprime os salários e os lucros.

Thomas Robert Malthus usou a idéia dos retornos decrescentes para explicar as baixa condições de vida na Inglaterra. De acordo com ele, a população tendia a crescer geometricamente sobrecarregando a produção de alimentos, que cresceria aritmeticamente. A pressão que uma população crescente exerceria sobre um estoque fixo de terras significa produtividade decrescente do trabalho, uma vez que terras cada vez menos produtivas seriam incorporadas à atividade agrícola para suprir a demanda. O resultado seria salários cronicamente baixos, que impediriam que o padrão de vida da maioria da população se elevasse acima do nível de subsistência. Malthus também questionou a automaticidade da economia de mercado para produzir o pleno emprego. Ele culpou a tendência da economia de limitar o gasto por causa do excesso de poupança pelo desemprego, um tema que ficou esquecido por muitos anos até que John Maynard Keynes a reviveu nos anos 1930.

No final da tradição clássica, John Stuart Mill divergiu dos autores anteriores quanto a inevitabilidade da distribuição de renda pelos mecanismos de mercado. Mill apontou uma diferença dois papéis do mercado: alocação de recursos e distribuição de renda. O mercado pode ser eficiente na alocação de recursos mas não na distribuição de renda, ele escreveu, de forma que seria necessário que a sociedade intervenha.

A teoria do valor foi importante na teoria clássica. Smith escreveu que "o preço real de qualquer coisa… é o esforço e o trabalho de adquiri-la" o que é influenciado pela sua escassez. Smith dizia que os aluguéis e os salários também entravam na composição do preço de uma mercadoria.[80] Outros economistas clássicos apresentaram variações das idéias de Smith, chamada 'Teoria do valor-trabalho'. Economistas clássicos se focaram na tendência do mercado de atingir o equilíbrio no longo prazo.

 

Economia marxiana

The Marxist school of economic thought comes from the work of German economist Karl Marx.

A economia marxista, mais tarde chamada marxiana, descende da economia clássica, em particular da obra de Karl Marx. O primeiro volume da obra-prima de Marx, O Capital, foi publicada em alemão em 1867. Nela, Marx foca na teoria do valor-trabalho e o que ele considera a exploração do trabalho pelo capital. Assim, a teoria do valor-trabalho, além de ser uma simples teoria dos preços, se transformou em um método para medir a exploração do trabalho num sistema capitalista,[81][82] apesar de disfarçadas pela economia política "vulgar".[83][84]

 

Economia neoclássica

Um corpo teórico mais tarde chamado de 'economia neoclássica' ou 'economia marginalista' se formou entre 1870 e 1910. A expressão economics foi popularizada na língua inglesa por economistas neoclássicos como Alfred Marshall, como substituto para 'economia política'. A economia neoclássica sistematizou a oferta e demanda como determinantes conjuntos do preço e da quantidade transacionada em um equilíbrio de mercado, afetando tanto a alocação da produção quanto a distribuição de renda. Ela dispensou a teoria do valor-trabalho em favor da teoria do valor-utilidade marginal no lado da demanda e uma teoria mais geral de custos no lado da oferta.[85]

Na microeconomia, a economia neoclássica diz que os incentivos e os custos tem um papel importante no processo de tomada de decisão. Um exemplo imediato disso é a teoria do consumidor da demanda individual, que isola como os preços (enquanto custos) e a renda afetam a quantidade demandada. Na macroeconomia é refletida numa antiga e duradoura síntese neoclássica com a macroeconomia keynesiana.[86][87]

A economia neoclássica é a base do que hoje é chamada economia ortodoxa, tanto pelos críticos quanto pelos simpatizantes, mas com muitos refinamentos que ou complementam ou generalizam as análises anteriores , como a econometria, a teoria dos jogos, a análise das falhas de mercado e da competição imperfeita, assim como o modelo neoclássico do crescimento econômico para a análise das variáveis de longo-prazo que afetam a renda nacional.

 Economia keynesiana

John Maynard Keynes (acima, a direita), grandemente considerado um dos maiores nomes da economia.

A economia keynesiana deriva de John Maynard Keynes, em particular do seu livro A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936), que deu início à macroeconomia como um campo de estudo distinto.[88][89] O livro foca nos determinantes da renda nacional no curto prazo, em que os preços são relativamente inflexíveis. Keynes tentou explicar com riqueza de detalhes teóricos por que o alto desemprego poderia não ser auto-corrigido devido a baixa "demanda efetiva" e por que mesmo a flexibilidade dos preços e a política monetária pode não ser suficiente para corrigir a situação. Expressão como "revolucionário" foram aplicadas ao livro devido ao seu impacto na análise econômica.[90][91][92]

A economia keynesiana teve dois sucessores. A economia pós-keynesiana também se concentra na rigidez e nos processos de ajustes macroeconômicos. Pesquisa a respeito dos microfundamentos para os seus modelos é tida como baseada em práticas da vida real e não simplesmente em modelos otimizadores. é geralmente associada à Universidade de Cambridge e à obra de Joan Robinson.[93] A nova economia keynesiana também está associada com desenvolvimentos à maneira keynesiana. Nessa escola os pesquisadores tendem a compartilhar com outros economistas a ênfase nos modelos que aplicam os microfundamentos e comportamento maximizador mas com um foco mais restrito, nos temas keynesianos padrão, como preço e rigidez dos salários.

Outras escolas e abordagens

Outras escolas reconhecidas ou linhas de pensamento relacionadas a um estilo próprio de fazer economia, disseminadas por um grupo bem conhecido de acadêmicos incluem a escola austríaca, Escola de Chicago, a escola de Freiburg, a escola de Lausanne e a escola de Estocolmo.

Dentro da macroeconomia há, em ordem geral de aparecimento na literatura: economia clássica, economia keynesiana, a síntese neoclássica, economia pós-keynesiana, monetarismo, nova economia clássica e economia do lado da oferta. Novos desenvolvimentos alternativos incluem economia ecológica, economia evolucionária, teoria da dependência, economia estruturalista, teoria dos juros da abstinência e teoria do sistema-mundo.

Definições históricas da economia

Discussões influentes nos primórdio da economia política estavam relacionadas com a riqueza amplamente definida, como na obra de David Hume e Adam Smith. Hume argumentava que ouro adicional sem incremento da produção só servia para aumentar os preços.[94] Smith também descreveu a riqueza real como, não em termos de ouro e prata como anteriormente, mas como a "produção anual do trabalho e da terra da sociedade."[95]

John Stuart Mill definiu a economia como "a ciência prática de produção e distribuição de riqueza"; esta foi a definição adotada pelo Concise Oxford English Dictionary apesar de não incluir o papel vital do consumo. Para Mill, a riqueza é definida como o estoque de coisas úteis.[96]

Definições da disciplina em termos de riqueza enfatizam a produção e o consumo. Essa definição foi acusada pelos críticos por ser estreita demais, colocando a riqueza à frente do homem. Por exemplo, John Ruskin chamou a economia política de "a ciência de ficar rico"[97] and a "bastard science."[98]

Definições mais amplas se desenvolveram para incluir o estudo do homem, da atividade humana e do seu bem-estar. Alfred Marshall, no seu livro Principles of Economics, escreveu, "A Economia Política ou Economia é um estudo da humanidade nos negócios da vida cotidiana; ela examina essa parte do indivíduo e da ação social que é mais fortemente ligada ao uso dos requisitos materiais para o bem-estar."[99]

 Crítica

 A economia é uma ciência?

Uma das características de qualquer ciência é o uso do método científico e a habilidade de estabelecer hipóteses e fazer predições que possam ser testadas com dados empíricos onde os resultados são passíveis de repetição e demonstráveis para outros quando as mesmas condições estão presentes. Em um certo número de áreas aplicadas, experimentos em economia tem sido conduzidos: o que inclui os sub-campos da economia experimental e comportamento do consumidor, focados na experimentação usando sujeitos humanos; e o sub-campo da econometria, focada em testar hipóteses quando os dados estatísticos não são gerados em experimentos controlados. No entanto, de forma parecida com o que se dá em outras ciências sociais, pode ser difícil para economistas conduzirem certos experimentos formais devido a questões práticas e morais envolvendo sujeitos humanos.

O status das ciências sociais como uma ciência empírica ou mesmo uma ciência, tem sido objeto de discussão desde o século XX. Alguns filósofos e cientistas, notavelmente Karl Popper, tem afirmado que nenhuma hipótese, proposição ou teoria empíricas, podem ser consideradas científicas se nenhuma observação puder ser feita que possa contradizê-las, insistindo numa falseabilidade estrita (ver Controvérsia do positivismo). Críticos alegam que a economia não pode sempre atingir a falseabilidade popperiana, mas economistas apontam os muitos exemplos de experimentos controlados que fazem exatamente isso, apesar de conduzidos em laboratório.[100][101][102]

Enquanto a economia tem produzido teorias que se correlacionam com a observação do comportamento na sociedade, a economia não gera leis naturais ou constantes universais devido à sua dependência de argumentos não-físicos. Isso tem levado alguns críticos a argumentar que a economia não é uma ciência.[103][104] Em geral, economistas respondem que enquanto esse aspecto apresenta sérias dificuldades, eles de fato testam suas hipóteses usando métodos estatísticos como a econometria e dados gerados no mundo real.[105] O campo da economia experimental tem feito esforços para testar pelo menos algumas das predições de teorias econômicas em ambientes simulados em laboratório – um esforço que rendeu a Vernon Smith e Daniel Kahneman o Prêmio Nobel em Economia em 2002.

Apesar de que a maneira convencional de conectar um modelo econômico com o mundo é através da análise econométrica, a professora e economista Deirdre McCloskey, através da crítica McCloskey, cita muitos exemplos em que professores de econometria usaram os mesmos dados para tanto provar e negar a aplicabilidade das conclusões de um modelo. Ela argumenta que muito dos esforços dispendidos por economistas em equações analíticas é essencialmente esforço desperdiçado (posição seguida por economistas brasileiros como Pérsio Arida) Econometristas tem respondido que essa é uma objeção à qualquer ciência, não apenas à economia. Críticos da crítica de McCloskey replicam dizendo que, entre outras coisas, ela ignora exemplos em que a análise econômica é conclusiva e que as suas afirmações são ilógicas.[106] No entanto, cientistas físicos geralmente são capazes de demonstrar que a complexidade das equações envolvidas em seu trabalho espelham a complexidade dos fenômenos em estudo. As complexas equações em economia parecem funcionar mais como um disfarce para a falta de evidência empírica e para o fracasso em considerar apropriadamente os fatores psicológicos que interferem nos fenômenos estudados.

O filósofo e ganhador do Prêmio Nobel Friedrich Hayek achava que a economia era uma ciência social, mas argumentava que a propensão para imitar os métodos e procedimentos das ciências físicas na economia leva ao erro e seria decididamente não-científica, uma vez que envolve uma aplicação mecânica e não-crítica dos hábitos de pensamento à áreas distintas daquelas em que foram formados.[107]

A economia já foi chamada humorosamente de a "ciência sombria".[104] Apesar de que a verdadeira origem dessa designação do século XIX é controversa, ela conseguiu se firmar como um nome depreciativo para a economia.

 Crítica das suposições

Certos modelos usados por economistas dentro da economia tem sido criticados, às vezes por outros economistas, pela sua dependência de suposições irrealistas, não-observáveis ou não-verificáveis. Uma resposta a essas críticas tem sido que as suposições irrealistas resultam de abstrações que ignoram detalhes desimportantes, e que tais abstrações são necessárias em um mundo real complexo, o que significa que, ao invés de as suposições irrealistas afetarem o valor epistêmico da economia, tais suposições são essenciais para a formação do conhecimento em economia. Um estudo chamou essa explicação de "defesa abstracionista" e concluiu que essa "defesa abstracionista" não invalida a crítica das suposições irrealistas.[108] No entanto, é importante notar que enquanto uma escola detém a maioria, o consenso ainda está longe de ser alcançado em todas as questões em economia e múltiplas áreas afirmam deter insights mais empiricamente justificáveis.